A Casa das Mulheres, como o órgão ficou conhecido, é administrado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do Governo Federal.
De acordo com a assistente social Manuela Teixeira, mesmo sob proteção da Lei Maria da Penha, muitas mulheres ainda têm medo de denunciar seus agressores. ”Nós atendemos todo tipo de violência, seja física ou psicológica. Às vezes, as mulheres nem sabem que estão sendo agredidas ou têm medo de denunciar o agressor. Na maioria das vezes, o agressor é o próprio companheiro, então há um receio grande da reação desse marido, sem contar outras questões como a dependência financeira e os filhos”, explica Manuela.
No primeiro ano de funcionamento, um dos casos mais comoventes é a história de X., 22 anos. Molestada sexualmente pelo padrasto na infância, adulta sofreu agressão física do marido Y. Após deixar a residência do casal, onde morava com as duas filhas (3 e 5 anos), ela foi perseguida por Y., que agrediu novamente a mulher ao invadir a casa da sogra.
Temendo pela sua vida e das filhas, a vítima chegou a se internar com as crianças em um abrigo para mulheres no Rio, mas de decidiu voltar para casa. “Fiz terapia, junto com minhas filhas, e hoje estou sendo assistida na Casa das Mulheres, que me ajudou com todos os trâmites”, conta X., que hoje vive com o irmão e as filhas.
A secretária municipal de Desenvolvimento Social, Rosália Soares, destaca a importância do funcionamento do CRAM. “O espaço tem como objetivo a manutenção de um canal permanente de atendimento às mulheres em situação de violência doméstica e intra-familiar. Temos tido uma boa média de atendimentos e uma demanda específica, principalmente em relação à violência doméstica. A atuação através da Lei Maria da Penha prioriza e criminaliza isso”, ressalta a secretária.
O Centro de Referência e Atendimento à Mulher está situado na Avenida 22 de Maio, 7.942, Venda das Pedras. O telefone para contato é 3639-1548.