terça-feira, 5 de outubro de 2010

Itaboraí à frente da mobilização contra a hanseníase

Representantes das secretarias de Saúde de 12 municípios estiveram reunidos no prédio da Secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí para participarem de um curso para discutir o tratamento da hanseníase em cidades da Região Metropolitana e Baixada Litorânea. O curso foi ministrado pela equipe do Instituto Brasileiro de Inovação em Saúde Social (Ibiss), que desenvolve o Projeto de Reconhecimento Precoce da Hanseníase (Reprehan) com apoio do Ministério da Saúde e do governo estadual.

Em 2009, Itaboraí alcançou 88,5% de cura dos pacientes cadastrados no Programa Municipal de Controle da Hanseníase. A meta pactuada com o Ministério da Saúde para 2010 é de 86%. Até a metade do ano, 75% dos pacientes já haviam conquistado a cura. Por esse motivo, a cidade foi escolhida para sediar o encontro que reuniu representantes dos municípios que fazem parte da Região Metropolitana II (Itaboraí, Silva Jardim, Tanguá, Rio Bonito, Maricá, São Gonçalo e Niterói) e Baixada Litorânea (Cabo Frio, Iguaba, Araruama, Rio das Ostras e Arraial do Cabo).

"O curso tem o objetivo de qualificar os gestores dos programas municipais para a descentralização do trabalho. Dessa forma, o paciente poderá ter acesso ao diagnóstico e tratamento na unidade de saúde mais próxima de sua casa. Muitas pessoas deixam de tratar a hanseníase por preconceito e por falta de informação. É preciso que todos saibam que é uma doença que já tem cura e os remédios são fornecidos gratuitamente", afirmou a coordenadora do Programa Municipal de Controle da Hanseníase, Josimar Alves.

O sociólogo Fabiano de Freitas, do Instituto Brasileiro de Inovação em Saúde Social, destacou a importância do trabalho de divulgação dos serviços de controle da doença. "Através da parceria entre o Ibiss e o programa de hanseníase nacional, executamos o trabalho de mobilização social e comunitária com o curso, a fim de levar informação e fortalecer os programas estaduais e municipais".

Doença – A hanseníase atinge a pele. Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, que não coçam, não doem e não têm sensibilidade são os sintomas mais comuns da enfermidade. A transmissão ocorre por meio das vias respiratórias: tosse e espirro. A principal fonte de transmissão é a pessoa doente que ainda não recebeu tratamento medicamentoso. A hanseníase não se passa por abraços, aperto de mão e carinho. Em casa ou no trabalho, não é necessário separar as roupas, os pratos, os talheres e copos.

O tratamento é feito, gratuitamente, em unidades públicas de saúde e pode durar até um ano, seguido corretamente. Em Itaboraí, a referência é o Hospital Estadual Tavares de Macedo (Rodovia Amaral Peixoto, Km 34, Venda das Pedras). Mais informações sobre a doença podem ser obtidas pelo Disque Saúde (0800-61-1997), Central de Atendimento da Ouvidoria Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS).