A tuberculose é uma das mais antigas doenças reconhecidas pelo homem e uma das principais enfermidades infecciosas no mundo. Nos últimos anos, entre os fatores que contribuíram para o agravamento da situação está o crescimento dos casos de tuberculose multirresistente (TBMR). Neste contexto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou ser a tuberculose uma emergência sanitária global, devendo ser realizados todos os esforços para o seu controle.
Para discutir este e outros temas, representantes do Ministério da Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil, da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec/Fiocruz), professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Gama Filho, equipes do Núcleo de Vigilância Hospitalar do Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras (IEDTAP) e demais profissionais da área irão se encontrar nesta terça-feira (21/12), das 8h às 17h, para participar do “I Seminário de Avaliação e Fórum de Pesquisas Operacionais do Programa de Controle da Tuberculose de Itaboraí”.
Desde 2007 o Ministério da Saúde considera Itaboraí cidade modelo para o país no controle à tuberculose, ocupando um lugar de destaque na área da saúde pública. O programa municipal de controle à doença reduziu o índice de abandono de tratamento de 30% para 4% e aumentou o de cura de 60% para 88% nos últimos cinco anos.
No primeiro semestre de 2009, foram notificados 78 casos da doença em Itaboraí, com índice cura de 79% e valor inferior a 2% no caso de abandono. Esses números são superiores, inclusive, às metas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que são de 5% para abandono e 85% para cura. No ano passado, em todo país, foram notificados 72 mil casos de tuberculose, com taxa de 37,4 contaminados por cem mil habitantes. O recomendado pela OMS é de cinco casos para cada grupo de cem mil. Em maio deste ano, o Ministério da Saúde concedeu mais três prêmios para Itaboraí: índice de abandono de tratamento menor que 5%; valor superior a 57% no número de casos de retratamento para os que realizaram o exame de cultura, e índice superior a 90% para casos novos de Tuberculose Pulmonar Bacilífera, que realizaram tratamento diretamente supervisionado.
Outro dado a ser destacado é que no Estado do Rio só Itaboraí e Itaguaí conseguiram implantar o Tratamento Diretamente Observado de Curta Duração (Dots), indicado pela OMS, em 100% de seus pacientes. Nesta estratégia, os agentes comunitários levam o remédio e acompanham de perto o paciente tomando a medicação diariamente nos seis meses de tratamento para que não haja desistência.
Coordenadora do programa de controle à tuberculose em Itaboraí, a médica Denise Freitas da Silva afirma que esses bons resultados foram conseguido por conta do acompanhamento supervisionado feito pelas equipes do Programa de Saúde da Família (PSF) e também a projetos de incentivo, onde os pacientes, que fazem o tratamento sem interrupção, têm direito a vale transporte e cesta básica.
“O apoio da família também é muito importante para o sucesso do tratamento. O paciente não pode se sentir rejeitado, porque desta forma seu estado de saúde só piora. Porém, há ainda muito preconceito e desinformação sobre a doença, até entre os próprios pacientes, além de uma grande resistência ao medicamento. Segundo o Ministério da Saúde, 52% da população não conhecem a tuberculose. Para mudar esta realidade só com muito trabalho e conscientização”, avalia.
Promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, através do Programa de Controle da Tuberculose, o “I Seminário de Avaliação e Fórum de Pesquisas Operacionais do Programa de Controle da Tuberculose de Itaboraí” acontece no Colégio Adventista, Rua Desembargador Ferreira Pinto, nº 721, Centro, das 8h às 17h.