Assim como o “teste do pezinho”, o exame do reflexo vermelho, popularmente conhecido como “teste do olhinho”, já é realizado em todas as crianças nascidas na maternidade do Hospital Municipal Desembargador Leal Júnior, em Itaboraí. Trata-se de um exame simples e rápido, sem contraindicação e uso de colírios, sendo feito em todos os bebês nas primeiras 48 horas de vida (inclusive em prematuros). O objetivo é possibilitar a detecção precoce de problemas congênitos de visão, como catarata, retinopatia da prematuridade, retinoblastoma (tumor intraocular), glaucoma, infecções transmitidas pela mãe (toxoplasmose, rubéola, herpes e sífilis), traumas de parto e até mesmo cegueira infantil.
No caso da catarata congênita, em muitas ocasiões não é percebida pelos pais. E quando eles começam a notar que há algum problema, já se passou tempo demais. “A criança não sabe enxergar ao nascer. Ela desenvolve esta capacidade a medida que recebe estímulos visuais. Assim, se a catarata não é diagnosticada e tratada imediatamente, a visão pode ficar comprometida definitivamente”, explica o oftalmologista Gustavo Aguiar.
O “teste do olhinho” é realizado em menos de cinco minutos por um pediatra treinado. Consiste na emissão de um foco de luz, por meio de um oftalmoscópio, lançado em ambas as pupilas do recém-nascido. A luz produz uma cor avermelhada e contínua nos olhos saudáveis, descartando a presença de doenças oculares. Na ausência de reflexo ou em casos de assimetria, a criança é encaminhada para o oftalmologista para exames mais complexos.
A novidade trouxe ainda mais tranquilidade para as mães, já que os bebês só saem do hospital municipal com os “testes do pezinho e do olhinho” e vacinados com a BCG e a primeira dose da hepatite B. “Se não fosse esse exame do olhinho, eu só iria me preocupar quando a minha filha fosse para o colégio e aí já poderia ser tarde demais. Com este teste, eu me sinto mais tranquila”, diz a funcionária pública Adriana Chaves Antunes Leite, de 28 anos, mãe da pequena Maria Fernanda.